Filhos ajudam pais a resgatar a audição

A fonoaudióloga Cintia Fadini Knap
A fonoaudióloga Cintia Fadini Knap

Quem ama cuida. Essa é a definição da fonoaudióloga Cintia Fadini Knap para explicar os cuidados dedicados pelos filhos aos pais, geralmente idosos, que vão ao seu consultório com alguma deficiência auditiva. Cintia acompanha casos assim quase todos os dias. O filho ou a filha chega com o pai ou a mãe, que reclama de algum zumbido ou apresenta dificuldade para entender o que está sendo dito. “Cerca de 70% das consultas são agendadas pelos filhos dos pacientes. É muito bom poder presenciar esse carinho, esse cuidado”, diz ela.

E quanto mais cedo os filhos puderem notar que o pai, a mãe ou os avós possuem alguma deficiência auditiva e procurarem ajuda profissional, melhor. Cíntia explica que enquanto ainda não ocorreu uma expressiva perda auditiva, mais fácil é o caminho para que a pessoa volte a ouvir bem e retome sua qualidade de vida.

“O diagnóstico tardio pode causar muito mais dificuldade para quem precisa voltar a ouvir, já que o problema passa a comprometer o cérebro”, diz a fonoaudióloga. Hoje existem estudos que mostram a estreita ligação da deficiência auditiva com algumas demências, como Mal Alzheimer e Mal de Parkinson.

Cientistas da Faculdade de Medicina Johns Hopkins, na cidade norte-americana de Maryland, realizaram o estudo e concluíram que as pessoas mais idosas com problemas de surdez podem ter uma probabilidade maior de sofrer demência e esse risco aumenta à medida que a perda auditiva se agrava. O estudo foi publicado revista médica americana "Archives of Neurology". Segundo os cientistas, o risco de desenvolver o Mal de Alzheimer aumenta 20% para cada dez decibéis de perda de capacidade auditiva.

Em Itapeva, a família de Maria Aparecida Mendes Lourenço, de 49 anos, não a expôs a esse risco. A filha dela, Paloma, logo que notou que a mãe apresentava sinais de perda de audição, a levou à consulta com a fonoaudióloga. “Minha mãe já reclamava da dificuldade em ouvir. Mas quando os pais dela morreram, ela ficou um pouco deprimida, então consideramos ser o momento ideal para presenteá-la com o aparelho auditivo”, conta Paloma. Com o aparelho, Maria Lourenço ganhou vida nova. “Ela está adorando o aparelho”, comemora Paloma. “Ela diz que não vive mais sem ele”, diz.

 

Aparelho

A fonoaudióloga Cintia Fadini Knap representa em Itapeva os aparelhos auditivos da marca Siemens. A empresa alemã é pioneira nesse tipo de aparelho e a tecnologia empregada é o que a diferencia das outras marcas. Alguns aparelhos não necessitam de pilhas, além disso contam com vários canais que permitem adaptações conforme o ambiente em que a pessoa está. “A pessoa pode estar em um lugar com muito barulho e sair para uma conversa, que o aparelho se ajustará à frequência sonora”, explica a fonoaudióloga.

Os valores dos aparelhos variam conforme a necessidade de cada paciente. Depois de adquirido, é fundamental que haja um monitoramento, que Cintia Fadini Knap realiza por 3 anos gratuitamente. “Essa manutenção é importante, porque vamos medindo a eficácia do aparelho para que, em momento algum, o paciente deixe de usar e ouvir todos os sons que lhe faltam em seu dia-a-dia”.

 

Serviço

Dra. Cintia Fadini Knap é fonoaudióloga pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), com mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana (UNESP) e pós-graduação em Processamento Auditivo Central pelo (CEFAC-SP). É membro do grupo de estudos avançados do Processamento Auditivo Central: Avaliação e Tratamento (GEPAT/SP)

Ela realiza os exames da audição (audiometria, imitanciometria e processamento auditivo) e está conveniada aos planos de saúde Santa Saúde e Unimed. Atende em Itapeva de segunda a sexta-feira, na Rua Mario Prandini, 850 (em frente à Santa Casa). Telefone: (15) 3521-5077.