Atenção especial com quem não consegue aprender

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Muitas crianças medicadas contra dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) poderiam receber um tratamento bem menos agressivo, se tivessem passado por um exame que mostra se o problema é neurobiológico ou trata-se de transtorno do processamento auditivo (DPAC). Além de evitar as consequências do tratamento com medicamentos, elas estariam livres de um grave problema que acabam carregando por toda a vida: a baixa autoestima.

O DPAC é um distúrbio caracterizado por afetar as vias centrais da audição humana, ou seja, as áreas cerebrais relacionadas às habilidades auditivas e de interpretação das informações sonoras. A principal consequência do distúrbio está no processamento das informações captadas pelas vias auditivas. Assim, a criança ouvirá claramente a fala humana, mas terá dificuldades em decodificar e interpretar a mensagem recebida na presença de barulho, principalmente.

As crianças com esse distúrbio são consideradas preguiçosas, desatentas. Em Itapeva, a fonoaudióloga Cíntia Fadini Knap, mestre em Distúrbio da Comunicação Humana e especialista em DPAC pelo Centro de Educação de Fonoaudiologia de São Paulo, conta que recebe em seu consultório famílias completamente afetadas pela situação, sem saber o que fazer. “Há muitas crianças sendo medicadas sem necessidade, há famílias se excluindo do convívio social e isso tudo só acentua o problema. Por isso é muito importante fazer o exame”, diz ela.

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Segundo a fonoaudióloga, sua pesquisa de iniciação científica avaliou 60 crianças. Dessas, 19 apresentaram dificuldades na aprendizagem, mas apenas uma tinha dislexia. “Não existem crianças preguiçosas. As crianças sempre querem aprender, só que muitas delas não possuem as habilidades auditivas necessárias para que isso ocorra e então criamos possibilidades para resolver isso. As crianças merecem essa oportunidade”. Para resolver o problema, existe um treinamento realizado no próprio consultório, que devolve à criança a capacidade de processar a informação auditiva.

A partir de 5 sessões, muitas crianças já apresentam melhoras significativas. Cintia conta que recebeu em seu consultório uma aluna que chegou a repetir o ano escolar. “Ela não conseguia ler, estava com sua autoestima muito comprometida, mas com as sessões ela conseguiu superar as dificuldades e hoje é uma criança feliz. Sua família está satisfeita”, conta. “Infelizmente, a maioria das pessoas que buscam tratamento em fonoaudiologia, já passaram por um diagnóstico errado, inclusive de deficiência intelectual. É uma tristeza, porque são meninos e meninas inteligentes e completamente reabilitáveis”, observa.

Tratamento

Geralmente, o treinamento auditivo é feito em crianças a partir de seis anos de idade após o exame do processamento auditivo. Porém, Cintia alerta que crianças que demoram para falar – com dois anos, ela já deve ser capaz de pedir alguma coisa para os pais – já devem ser levadas ao consultório para acompanhamento. Quanto mais esperar, pior será para o desenvolvimento da criança.

Durante as sessões, é promovida uma reorganização neuronal do sistema auditivo e das conexões com outros sistemas sensoriais, causando melhoria das habilidades que estavam anteriormente alteradas. As sessões custam R$ 100,00. O exame para avaliação do processamento auditivo, R$ 300,00.

 

Adultos

A fonoaudióloga Cintia Knap também atende adultos com dificuldades auditivas. Pessoas com zumbidos no ouvido ou dificuldades para ouvir também podem ser tratadas. Muitas delas podem optar pelo uso de aparelhos auditivos. Cintia é representante da marca Siemens, uma das melhores empresas do mundo nesse ramo. Ela conta que os aparelhos são extremamente confortáveis, pequenos e capazes de devolver à pessoa condições de convívio social e profissional. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva (DA), o que representa 5,1% da população. “Nosso trabalho é oferecer para as pessoas o que existe de mais moderno para que todas – adultos e crianças – possam viver melhor e com dignidade”, conclui Cintia.

 

Onde fica

Dra Cintia Knap atende em Itapeva de segunda à sexta-feira, na Rua Mario Prandini, 850 (em frente à Santa Casa). Telefone: (15) 3521-5077.